segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

A Nova Juventude


Segundo um estudo encomendado pelo Instituto Português da Juventude (IPJ), da responsabilidade de Laurentino Dias, denominado de “A Condição Juvenil para o Novo Milénio”, as transformações no meio juvenil são enumeras. Este estudo prova que os jovens deixam a casa dos pais cada vez mais tarde, muitas vezes alguns anos depois de já terem deixado de estudar, na medida em que, por vezes o desemprego é um factor que assola muitos dos jovens do nosso país. Nos últimos dez anos o desemprego entre jovens licenciados quadruplicou, o que retarda não só a saída de casa, mas também a parentalidade e a entrada no mercado do trabalho. Uma das coisas mais triste que este estudo vem comprovar, é que Portugal não é não é um país moderno e competitivo, pois praticamente 50% dos jovens empregados em 2001 não têm mais do que a escolaridade mínima obrigatória, isto é o 9º ano, o que leva, um dos autores do estudo, a dizer que o arcaísmo continua a caracterizar o sistema de emprego Português, dominado por segmentos onde se onde se privilegia a mão-de-obra desqualificada, barata, intensiva.
Para mim um dos inúmeros factos curiosos deste estudo, é vir comprovar que a maior percentagem de alunos do Ensino Superior ter entre 25 e 29 anos, que se deve a um prolongamento da condição juvenil, e isto é visível e possível no facto de todos os rituais na entrada da idade adulta serem retardados.
Segundo este estudo os rituais de entrada de entrada na idade adulta dão-se entre os 25 e os 29 anos, ou seja a pouco tempo de serem perdidos todos os benefícios fiscais para a compra ou arrendamento de casa, o que a meu ver cria uma situação de desigualdade entre os jovens, pois o que optam por tirar uma licenciatura usufruem menos de todas estas regalias, pois todas elas têm normalmente os 30 anos de idade como prazo limite. Ora, quando este estudo indica que a maior parte dos estudantes universitários tem entre 25 e 29 anos, para estes, estas regalias não passam de uma mera utopia, enquanto para outros são uma regalia de que usufruem durante muitos anos. Talvez nesta questão a lei deve-se ser a alterada, ou seja, que fosse alterado o prazo de usufruto para os universitários por uma questão de equidade.
Para o sociólogo que realizou este estudo, uma das constatações mais estranhas é o facto de não existir o hábito em Portugal de um estudante ser também um trabalhador e part-time, o que na minha maneira de ver as coisas não irá acontecer no futuro, já que com a entrada em vigor progressiva do Processo de Bolonha, o ensino está mais exigente, pois apesar do fim da frequências, e o aparecimentos dos antigos testes, o constantes trabalhos pesquisa são uma realidade muito trabalhosa, que pouco tempo deixará para ter um emprego que ajude os estudantes a suportar a suas despesas.