quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Os arredondamentos dos bancos e o procedimento a seguir


Segundo o Diário de Noticias os bancos arrecadaram nestes últimos 10 anos cerca de 1,2 mil milhões de euros indevidamente, pois como é sabido executavam arredondamentos indevidos sobre os encargos pagos pelos clientes no âmbito do empréstimo à habitação. Estes arredondamentos ilegais vão de um oitava a um quarto de ponto percentual. Esta situação obriga os bancos a devolver aos clientes o montante do arredondamento com juros, mas apenas sob acção judicial, o que irá levar muitos cidadãos a não reclamar o seu dinheiro, embora muitos já tenham afirmado que irão pedir a devolução dos montantes em causa, pois consideram-se enganados pelo sector bancário. Uma situação que magoa no meio de toda esta ilegalidade, é que estamos perante um nítido caso de burla onde milhares, se não mesmo milhões de cidadãos foram vigarizados, e onde não se ouve falar de crime, mas sim de uma mera ilegalidade. Será que enganar pessoas aos milhares ou aos milhões anos a fio, na intenção de obter lucros, não deveria ser considerada crime, e não deveria nessa medida obrigar os responsáveis bancários a sentarem-se no banco dos réus, incorrendo até numa pena de prisão. Todos sabemos que no que diz respeito a leis os bancos são exímios, e neste caso, a meu ver, trata-se de um acto de ilegalidade feito de forma consciente apenas com a intenção de enriquecer os bancos, que por acaso até são um sector privilegiado em matéria de impostos, ou não fosse essa a razão do aumento de impostos que este sector vai ter num futuro próximo, auxiliada claro, pelos altos lucros que tem tido.
Para os cidadãos que pretenderem arrecadar os montantes cobrados indevidamente, a Associação Portuguesa dos Consumidores e Utilizadores de Produtos e Serviços Financeiros (SEFIN), celebrou contractos com empresas de advocacia para ajudar todos os cidadãos interessados a resolver esta situação, o que a meu ver acaba por ser a melhor solução, uma vez que nestes moldes, a apresentação de queixas conjuntas será um factor que facilita a rapidez e a diminuição de burocracia do processo jurídico.
Saudações Socialistas